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O Informador

As raparigas que sonhavam ursos

as raparigasMartírio poderia ser a descrição para dar ao livro As raparigas que sonhavam ursos, mas não me quero ficar por aí e quero prolongar-me um pouco mais sobre esta obra da autoria de Margo Lanagan, e editada em Portugal pela Guerra & Paz.

Antes de mais quero falar da relação existente entre o título, a história e a capa deste livro... O título avança aos curiosos leitores que se irá contar um romance onde jovens miúdas sonham com ursos, a capa escolhida para a edição nacional também mostra isso e depois chega-se à leitura e percebe-se que esta autora escolheu uma história que pouco tem de romance e de místico como poderá pensar-se pelo nome que deu a esta obra. O que falhou então aqui? Pois, talvez a edição nacional esteja a ser mal promovida como sendo um romance fantástico, quando tem pouco de romance!

Ao longo da leitura que fiz, fui percebendo que existe o mundo quase real e o outro, aquele em que tudo pode acontecer e onde os homens têm dias para se transformarem em ursos que podem ser carinhosos mas também traiçoeiros. Aí, nesse mundo fantástico, existe uma mãe com duas filhas e logo se começa a perceber que quem idealizou esta história deverá ter algum problema com a questão das violações porque logo de início fala disso e vai praticamente até aos momentos finais sempre com essa questão a fazer-se pesar na mente de determinadas personagens, fazendo até com que muitos fiquem com o sofrimento dessa dor. Será que Margo colocou um pouco de seu e da sua infância nesta história? É que pareceu-me ler um livro onde a sua autora se encontra transtornada com este tema que fiquei a pensar que existe ali mesmo um problema pessoal que se deixou passar para as palavras destas personagens criadas e idealizadas. É certo que numa criação existe sempre um toque do seu criador, mas aqui pareceu-me que o sofrimento pessoal passou mesmo para o livro e da pior forma.

Com uma história fantástica, mas que me pareceu contar parte da história da sua autora, em As raparigas que sonhavam ursos encontra-se uma escrita bem fácil, com nada de elaborado, mas depois também se encontram partes em que se poderá pensar que existiram duas pessoas encarregues da escrita desta narrativa porque percebe-se que existe uma mudança de vocabulário e forma de contar o que se quer. Além disso ainda é possível ver na edição nacional que existem muitos erros gramaticais e de tradução, mas aí a culpa é da Guerra & Paz e das pessoas que fizeram a tradução e posteriormente a sua revisão.

As raparigas que sonhavam ursos é um livro que não aconselho e que não me deixa saudades. Agora irá para a estante e jamais será uma obra recomendada por mim e que coloque em causa voltar a ler um dia.

Sinopse:

Como sobreviver num mundo onde a beleza não pode ser separada da crueldade?

As Raparigas Que Sonhavam Ursos é uma história comovente de viagens e transformações, que oscila entre o masculino e o feminino, a realidade e o mito, a natureza e a magia, o consciente e o inconsciente, o temporal e o espiritual.

Liga vive modestamente no seu céu pessoal, que lhe foi dado por magia em troca da sua vida terrena. As suas duas filhas, a doce Branza e a curiosa Urdda, crescem neste mundo harmonioso, protegidas da violência e dos preconceitos da cidade que, outrora, tinham tornado a vida da mãe insuportável.

Mas o mundo verdadeiro não pode ser negado para sempre e, gradualmente, as fronteiras entre o refúgio de Liga e o lugar de onde ela tinha fugido vão cedendo. 

Num romance de grande intensidade emocional, Margo Lanagan explora a maldade e a doçura e revela a magia de aprender a viver com as duas.

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