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O Informador

Preconceitos para com a ficção nacional

A velha história repete-se ano atrás de ano, década após década, tendo a certeza que por muito caminho que se percorra pelos próximos tempos no campo da ficção nacional o preconceito para com a mesma irá sempre existir por uma grande parte de grupos sociais que muitas vezes assistem mas recriminam e criticam quem faz e admite tal facto. 

Desde os primeiros anos em que a televisão em Portugal começou a apostar em produção própria e deixou a importação de produtos do género para trás que as vozes se começaram a levantar por tal opção não ser a melhor e por tudo parecer amador no que é feito por cá. Digamos de passagem que esses tempos primórdios já passaram e nos dias que correm os principais canais generalistas apostam nos nossos atores para elaborarem histórias bem portuguesas e onde o país é mostrado não só a nós mas cada vez mais ao mundo que compra o que é feito neste canto da Europa. 

Já ganhamos prémios com as nossas novelas e poucas séries, já abrimos as portas para a exportação, lançamos estrelas para a ficção mundial e mesmo assim muitos continuam a não dar valor ao que de bom é feito por cá, muitas vezes sem verem para tentarem sequer entender tais factos. A nossa ficção evoluiu, não é mais a que foi feita no tempo do Anjo Selvagem que durou eternidades com a mesma história para lá e para cá. Agora existe conteúdo, existe continuidade e bastantes enredos que se vão cruzando numa trama que não está estática e fechada. As novelas dos dias de hoje têm tudo em aberto, com entradas e saídas de personagens a qualquer momento para que tudo possa ser alterado como uma lufada de ar fresco. 

O mais engraçado em alguns casos de quem critica sem fundamentos reais é perceber que por vezes assistem a novelas brasileiras ou a séries sem ponta onde pegar e depois criticam o que é nosso e capaz de surpreender. Se lá fora aplaudem cada vez mais as novelas dos tugas, então qual a razão para os espetadores tugas as criticarem? Uma questão de não nacionalismo, como acontece em tantos casos por estes lados!

11 Comentários

  • Jardins Proibidos é daquelas novelas que começou mal, um novo autor pegou no lixo que tinha e conseguiu a custo salvar as novelas para bons valores até à liderança. Colocou muita coisa que seria desnecessária mas como estava tinha mesmo de ser assim, uma vez que a história não era sua e as personagens criadas não davam nada com nada! Ficou salva, com erros, mas o público reconheceu tal facto. Se é uma boa novela ao pé de outras do canal? Não, não é!
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    Sara 30.09.2015

    É péssima: esta cheias de ideias feitas para lá de ridículas...Gosto especialmente da advogada bem sucedida e inteligente mas que uma é vaca que odeia crianças...Claro tinha de ser. A outra que dá antes é um bocadinho melhor, mas mesmo assim...Já não tenho paciência confesso.
  • As duas mais recentes do canal são bem melhores que Jardins Proibidos, acredita!
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    Sara 01.10.2015

    Pior seria difícil xD Eu praticamente não vejo TV, vou apanhando partes à hora do jantar...
  • Pena também é não existirem fornadas de séries porque já estamos na altura e com boas bases para as mesmas aparecerem em força feitas pelas nossas produtoras.
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    Paulo Vasco Pereira 11.10.2015

    Pego neste teu comentário dado nele constar aquilo que ia citar. De facto, faltam-nos séries, curtas e cinema. Somos capazes. Não tenho qualquer dúvida.
    Ultimamente, grande parte da tv que vejo consiste dos canais da TDT francesa e inglesa. Na TF1 recordei o que se passava quando era criança: as galas do Secret Story, o The Voice Kids,... são apresentadas à sexta. Tal acontecia nos tempos do "1, 2 , 3" e tantos outros. Claro que assim não chegávamos à escola a dormir.
    As novelas são apresentadas no período da manhã/tarde. Nos canais ingleses, regra geral, há um grande filme pelas 21h. E a nossa televisão também já assim funcionou. Curiosamente quando existiam apenas 2 canais.
    Da mesma forma, séries que aqui se vêem em canais pagos, "por lá" estão acessíveis nos canais "estatais".
  • Infelizmente os nossos canais já apostaram em séries e o público parece recusar o que só é transmitido uma vez por semana. Sem audiência não voltam a apostar em novas temporadas e novos produtos do género. Acredito que em Portugal ainda não se está preparado para aceitar a ficção nacional como a mesma já provou ter direito.
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    Aerdna 12.10.2015

    Concordo que a ficção nacional deu um salto qualitativo muito grande, mas falta-lhe "algo". Falta-lhe "algo" que surpreenda.
    Com o acesso que existe a conteúdos de todos os tipos hoje em dia, as histórias em que se aposta na ficção nacional são mais do mesmo, com outra cara. E as pessoas vêem, mas não se "apaixonam".
    Para nós (portugueses) é tudo demasiado familiar. E é normal, que no exterior se interessem, afinal para eles é algo diferente “a forma de estar portuguesa”, da mesma forma que nós vemos as séries americanas à procura das diferenças com a nossa maneira de ser.
    Portugal devia fazer "um caldo" entre o "familiar" que vende no exterior e algo que faça o espectador pensar "o que é que vai sair daqui?". E isso Portugal, por mais qualidade que tenha alcançado ainda não consegue fazer: "fugir ao estereótipo". Joga demasiado "em campo seguro".

    Esta é a minha opinião!
  • Mas não achas que existe vontade de arriscar mas como há partida se sabe que o publico recusa se recua na intenção porque perder valores custa orçamentos?
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    Aerdna 12.10.2015

    Acredito! Mas não se pode usar a mesma receita e esperar um resultado diferente.

    A população consumidora de ficção nacional mudou e apesar de se ter melhorado na qualidade de produção, aposta-se sempre no mesmo tipo de produto.
    Melhor do que eu, as produtoras devem conhecer os gostos do público. Mas as pessoas não sabem que gostam até ter contacto com determinados produtos, e é esse risco que as produtoras não querem ou não podem ter.
    A realidade não vai mudar, porque o público critica as produções e os produtores criticam o público.
    Para mudar alguém vai ter de arriscar, e parece-me que terão de ser as produtoras nacionais a fazê-lo. Pura opinião.

    Nem que seja aos poucos, introduzindo nos produtos que sabem que têm público, “experiências”.
    Por exemplo, na novela "Jardins Proibidos", que falaram aqui nos comentários, tinham um personagem que introduzia uma novidade "a língua espanhola" e um outro "mundo"(o "Alfonso"), e passado meio dúzia de capítulos deixam cair estas características, transformando todo um mundo novo a explorar (é interessante num mundo cada vez mais global perceber como é que pessoas de culturas diferentes interagem) em mais uma história de "bons e maus". Acredito que os guionistas tinham muito por explorar e não o fizeram (soou a preguiça). E este é apenas um exemplo.
    Numa altura em que os “reality shows” conseguem ter audiência (infelizmente diz muito sobre o tipo de pessoas que somos como colectivo), fazer o casamento entre géneros também podia ser interessante. Por exemplo: uma novela sobre feirantes, com o cenário itinerante a percorrer o país. Não sei se logisticamente é possível, estou apenas a atirar ideias.
    Preferia ver o dinheiro dos impostos investidos em produtores de “boa cultura” que a pagar reformas milionárias (Jardim Gonçalves), mas nada se muda de um dia para o outro.
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