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O Informador

Crime com culpa social

  • 10.11.19
  • O Informador | Ricardo Trindade

bebé salvador.jpg

 

Um recém-nascido foi encontrado num ecoponto, completamente nu, por estes dias junto à discoteca Lux, junto a Santo Apolónia, em Lisboa, por um sem-abrigo, e rapidamente a notícia se tornou viral e o tema social do momento tanto na imprensa como nas conversas. A investigação arrancou, a comunicação social deu grande destaque ao tema, e poucos dias depois a mãe deste bebé foi encontrada, sendo também ela uma sem-abrigo que dormia numa tenda situada nas proximidades do estabelecimento noturno, tal como outras pessoas. A questão que me auto coloquei sobre este tema vai mesmo de encontro à culpa que esta jovem mulher de 22 anos terá sozinha para ficar em prisão preventiva por agora. 

Sozinha, a dormir na rua, ao que parece tendo sido violada, transtornada e desamparada, como podemos analisar um ato terrível de abandonar um filho quando a própria mãe se encontra numa situação de caos e ninguém fez nada para a ajudar antes deste desfecho ter acontecido. Esta mulher foi detida pela PJ por suspeita de homicídio, mas não existirão tantos outros culpados por tudo isto ter acontecido? Não estou a desculpar esta mulher por abandonar um filho porque esse é um ato ignóbil, no entanto não sei até que ponto este abandono não se deva também ao próprio desamparo desta jovem que do nada aparece sozinha pelas ruas de Lisboa, em situações degradantes e sem que ninguém lhe tenha dado a mão para a resgatar do flagelo que afeta centenas ou mesmo milhares de pessoas pelos grandes centros populacionais em Portugal. 

Agora que tudo aconteceu, a Embaixada de Cabo Verde revela que irá dar todo o apoio a esta mulher de nacionalidade portuguesa com origem africana. Será que estamos de consciência pesada depois do mal estar feito? Na verdade e pelas reações da sociedade, é muito fácil julgar, mas se nos pusermos no lugar desta jovem mulher sozinha, abandonada, usada e sem rumo, será que a mente de qualquer um de nós também não ficaria transtornada?

O bebé nasceu em plena via pública, foi deixado no lixo, com o cordão umbilical atado como uma tentativa de salvamento, o ato foi filmado por câmaras de videovigilância. Um ato pensado? Não me parece, pois nem existiu perceção ao deixar a criança a metros de onde dormia e num local onde a vigilância pelas imagens é visível. Não me parece que tudo tenha sido pensado, mas sim tomadas decisões no momento em que o nascimento aconteceu e era necessário se ver livre daquele bebé que talvez no seu pensar só lhe iria arranjar mais problemas. Se não tinha para si, como ter para criar uma criança que iria passar pelo mesmo. Viver na rua, deixada ao abandono e exposta a atos de violência como a própria mãe enfrentou. Uma situação complicada de consciência social!

Uma mãe criminosa, um bebé abandonado que irá seguir para uma instituição onde será apadrinhado por uma família de acolhimento, um futuro que pode correr bem ou ser manchado, se a história real não lhe for bem contada com apoio daqui a uns anos, e uma família que antes de não ser já não o era porque tudo parecia dar sinais de que iria correr mal.

O Salvador, o bebé que não está registado mas que ganhou nome, será assim reencaminhado do hospital para uma instituição e seguirá como mais um número entre as milhares de crianças que se encontram no mesmo estado, por situações semelhantes ou por motivos ainda mais greves.

Tudo não teria sido resolvido se estas pessoas que deambulam pelas ruas tivessem um maior acompanhamento por parte das autoridades e da nação? Esta mulher poderia não estar a dormir pelos cantos de Lisboa, a gravidez que pode ter sido fruto de uma violação não tinha acontecido e o crime final nunca surgia. Agora existe uma culpada mas o dever de muitos foi colocado em causa perante o nascimento e abandono do Salvador!

 

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4 Comentários

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    Cláudia C Silva

    10.11.19

    Se formos a pensar nas causas indiretas da pessoa estar nessa situação, nunca mais sairíamos do âmbito do debate das desigualdades e injustiças sociais.
    Que ela precisa de ajuda e está numa situação inimaginável para qualquer um de nós, sim.
    Que isso justifica deixar um bebé para morrer no lixo, não. Não há desculpa possível.
    Podia ter deixado com os seguranças do Lux, à porta de algum estabelecimento, enfim algum sítio menos propício a que o bebé morresse, menos infectado, menos frio. Abandonar o bebé já seria mau mas relativamente compreensível tendo em conta as situações em que se encontra. Agora, deixar para morrer, literalmente... é indesculpável.
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    O Informador | Ricardo Trindade

    10.11.19

    O ato do abandono naquelas condições não é desculpável, no entanto até que ponto esta mulher tem culpa a solo perante tudo o que fez? A prisão será a solução mais comum quando depois o que tem para aprender é somente pior do que já está? Esta mulher precisa de ficar vigiada, sim, mas numa instituição que a ajude a encarar o que ainda pode ser a sua vida. Esta mulher ser mãe daquela criança e ficar com ela é impensável do meu ponto de vista, no entanto há que encontrar ajuda para recolocar as pessoas e não somente julgar sem tentar fazer algo de útil.
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    Cláudia C Silva

    11.11.19

    Eu percebo essa perspetiva, porém, discordo de alguns pontos fulcrais aqui. Claro que a "culpa" da situação dela não há-de ser só dela. Isso é justificação para certas atitudes? Um pedófilo também não tem culpa de o ser, é uma doença mental que ele próprio não controla; no entanto, todos julgamos da forma mais cruel possível um pedófilo, é dos crimes mais hediondos da sociedade e nessas alturas ninguém quer saber o porquê, o que levou a pessoa a ser assim ou a fazer aquilo.
    Aqui entramos um pouco num campo de um debate abstrato, que é... O que fazemos, todos, hoje, todos os erros que cometemos, hão-de ter uma origem. Ninguém é perfeito e toda a gente faz coisas erradas, então podemos argumentar que é porque na vida nos aconteceu X ou Y e a culpa não é nossa?
    O facto de haver sem abrigo, pobreza e desigualdades sociais é dos governos, da sociedade, do estado, etc., mas isso é algo tão abstrato que não podes dizer automaticamente que a culpa de tal acto não foi dela mas sim da sociedade em si. Por muitos comentários que tenho visto, e inclusivamente os do comentador de baixo e a tua resposta, vejo uma síndrome que me ultrapassa: a vítima disto agora é a mãe, não o bebé que nem pediu para nascer e foi deixado para morrer. O aborto é legal no nosso país, porque ela não recorreu a isso? Lá está, eu não estou a dizer em momento algum que ela não tem uma situação dificílima, que passou por X ou Y que a levou àquele momento, que não merece ajuda... pelo contrário, merece ajuda sim. Agora, que isso se torne numa onda de desculpar o que ela fez, acho indesculpável. Não, não e não. Havia várias alternativas, tanto antes do bebé nascer (aborto) como depois (deixar num outro local).
    Eu não sou uma pessoa insensível nem a favor de julgar só porque sim, mas neste caso em específico e por estar grávida, chocou-me sobremaneira não só a atitude, como esta onda que agora se assiste que a vítima não é o bebé, mas sim a mãe.
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    Inês

    11.11.19

    Desculpe intrometer-me mas porquê que tem de haver claramente uma só vítima? É claro que o ato da mulher é gravíssimo e indesculpável, mas para mim, o bebé é uma vítima e ela também é uma vítima. É claro que ela podia ter feito um aborto (se bem que se não tiver uma situação legalizada em Portugal percebo porquê que não o fez) e podia (e devia) ter dado o bebé para adopção de forma segura. Não sei porquê que não o fez. Mas duvido que uma pessoa que está a viver na rua, noutro país, sem ajuda e sem apoios, que é violada e lida com isso sozinha. Que depois engravida e chega ao ponto de parir a criança na rua, sem ajuda, sem nada. Duvido que alguém (quem quer que seja) depois de passar por tudo isto, consiga ter a clareza mental para fazer a coisa certa...
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