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O Informador

Montanha-Russa | Teatro Nacional D. Maria II

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Entrei numa Montanha-Russa ao entrar na Sala Garrett do Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa, onde nem sabia bem ao que ia. Mergulhei de forma repentina num mundo de adolescentes, distribuídos entre quatro décadas diferentes.

Da autoria de Inês Barahona e Miguel Fragata, que também é o encenador deste trabalho, Montanha-Russa junta em palco os atores Anabela Almeida, Bernardo Lobo Faria, Carla Galvão e Miguel Fragata aos músicos Nuno Rafael, Miguel Ferreira, Helder Gonçalves e Manuela Azevedo, dos Clã, num trabalho onde as vivências do passado se intercalam com temas representativos do que vai sendo contado através de viagens no tempo compostas por recordações em diários, folhas e através das novas tecnologias e conceitos de partilha online. Afinal de contas o que escrevemos em diários e blogs são passagens intimas ou para serem conhecidas pelos outros? Quem é quem na intimidade e rascunhos privados de cada adolescente?

Montanha-Russa é um musical que retrata o mundo dos adolescentes e destinado aos mais diversos públicos. Com recurso a conversas em várias escolas de todo o país e com grupos de jovens, os autores desta peça entraram na privacidade dos adolescentes para darem vida a este trabalho que acaba por ser um diário secreto de cada interveniente que primeiramente partilhou na sua intimidade os seus pensamentos, objetivos e sonhos para mais tardes os comentar e querer ver as interpretações de quem está do outro lado. Num autêntico mundo vertiginoso de altos e baixos e onde tudo pode desabar a qualquer momento, a adolescência é o que o título afirma, uma autêntica Montanha-Russa que acompanha o percurso de quatro adolescentes que são acompanhados com música ao vivo para se darem a conhecer ao público. O dia-a-dia é assim recordado através de lembranças de diários escritos e onde as vivências são assim posteriormente comentadas e refletidas em palco com o acompanhamento de canções.

Como referi no início, ao entrar na sala principal do Teatro Nacional D. Maria II não sabia mesmo que ia encontrar um espetáculo que me fez pensar na minha adolescência, encontrar diversos pontos pelos quais todos passamos e representados e interpretados de forma brilhante pelo núcleo de atores que com uma excelente energia e em parceria com os Clã conseguem passar para o público a verdade e as memórias que existem em todos nós. Montanha-Russa é daqueles espetáculos com uma aparição repentina pelos palcos e que surpreende a tal ponto que dá vontade de apelar a que todos vejam e que não percam a oportunidade de entrarem neste projeto bem estudado, elaborado e com um processo criativo tão bem conseguido que só assim o trabalho final consegue chegar junto do público de forma perfeita e com artistas de valor.  

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Mais uma volta, mais uma corrida. Montanha-Russa, um espetáculo da dupla Miguel Fragata e Inês Barahona, à qual se junta a dupla Hélder Gonçalves e Manuela Azevedo, regressa ao D. Maria II. Uma viagem em que o teatro e a música disputam o palco, desafiando as convenções do teatro musical como quem desafia as leis da gravidade.

Montanha-Russa mergulha vertiginosamente na adolescência e retira-a do lugar dos lugares comuns. Montanha-Russa é o diário deixado em cima da mesa, o diário destilado nas redes sociais, ou o diário perigosamente transportado para o liceu: uma intimidade a gritar "leiam-me!”, uma geração a querer fazer-se ouvir ao som da música. 

Todo o processo de criação do espetáculo foi antecedido por um extenso trabalho de pesquisa com centenas de adolescentes.

 

Encenação Miguel Fragata

Texto e letras Inês Barahona e Miguel Fragata

Música Hélder Gonçalves

Com Anabela Almeida, Bernardo Lobo Faria, Carla Galvão, Miguel Fragata e (música ao vivo) Hélder Gonçalves, Manuela Azevedo, Miguel Ferreira, Nuno Rafael

Cenografia F. Ribeiro

Figurinos José António Tenente

Desenho de luz José Álvaro Correia

Desenho de som Nelson Carvalho

Movimento Marta Silva

Vídeo Henrique Frazão

Produção Formiga Atómica

Coprodução TNDM II, TNSJ, Teatro Virgínia

Coprodução fase de pesquisa Festival Terres de Paroles

Produção executiva Clara Antunes e Sara Cipriano / Formiga Atómica

Direção técnica / luz Nuno Figueira 

Direção técnica / som Nelson Carvalho

Comunicação e mediação de públicos Ana Pereira

Roadie Norberto Duque

Apoio ao espetáculoMadPizza e DB Schenker

Projeto financiado pela República Portuguesa - Cultura / DGArtes.

Duração 1h50

M/12

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De 23 a 27 de Janeiro de 2019
Quarta-feira e Sábado, 19h > Quinta e Sexta-feira, 21h > Domingo, 16h

2 Comentários

  • Gostei de ver o God logo na sua primeira temporada. Não é comparável ao Mais Respeito Que Sou Tua Mãe, mas dentro do estilo está ótimo.
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