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O Informador

Não sejamos ingénuos...

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A quarentena quase obrigatória invadiu Portugal em Março para ficar por uns meses e muitas vozes se levantaram com a esperança de uma mudança social, para melhor, por tudo o que estávamos a passar. Agora, com o retomar da vida com a nova normalidade percebemos que continuamos a ser ingénuos por acreditar numa mudança social que na generalidade não aconteceu. 

Claro que nada mudou para melhor, talvez até bem pelo contrário. Neste tempo de confinamento o que se ganhou bastante foi uma individualidade egoísta, um afastamento recheado de insensibilidade e aquela indisponibilidade para com os outros com a desculpa que agora não nos podemos encontrar, como tal cada um tem que se desenrascar sozinho e à sua maneira individual. 

Neste momento de desconfinamento não encontro melhores comportamentos que antes, vendo sim relações humanas perdidas, ocas e a caminharem para um vazio solitário num distanciamento físico necessário que serve como desculpa para uma despreocupação que vai de encontro ao ditado popular «o que os olhos não vêem, o coração não sente».