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O Informador

Quando a Luz se Apaga | Nick Clark Windo

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Título: Quando a Luz de Apaga

Título original: The Feed

Autor: Nick Clark Windo

Editora: Topseller

Edição: 1ª Edição

Lançamento: Maio de 2018

Páginas: 384

ISBN: 978-989-8869-98-2

Classificação: 3 em 5

 

Sinopse: Bem-vindo ao incrível mundo do Feed!

Com apenas um pequeno chip, implantado no cérebro dos bebés ainda antes de nascerem, todos os problemas da sociedade podem ser resolvidos. Crimes violentos? Fraude? Impossível, tudo o que vemos é registado no Feed. Desaparecimentos? Faltas? Já não existem, o Feed põe-nos a todos em contacto. Esquecimentos? Distrações? Coisa do passado, o Feed não se esquece de nada.

Até ao dia em que o Feed é desligado.

Nesse dia, o Presidente dos Estados Unidos é assassinado, em direto, para todo o mundo. Pouco depois, o Feed cai. Já não há livros. Já ninguém tem computadores. Já ninguém se lembra, sequer, de como consertar as coisas mais simples. Toda a informação estava guardada no Feed. Sem ele, a civilização desaba.

E tu, quem serás sem o Feed?

Desesperados por reconstruírem alguma forma de subsistência, os grupos de sobreviventes espalham-se, desconfiados uns dos outros, paranoicos e sem rumo. Conseguirão reerguer a Humanidade?

 

Opinião: Imaginemos que um chip é implementado no ser humano assim que se nasce. Agora imaginemos que toda a informação necessária e de aprendizagem está incluída nesse chip, sempre atualizada e sem qualquer falha ao segundo. Estamos assim perante um Feed, sempre em cima do acontecimento, com todos os conhecimentos existentes e sem que nada tenha de ser adquirido porque a partir do momento em que se nasce com o chip a vida está ao virar da esquina. 

Da autoria de Nick Clark Windo surgiu Quando a Luz de Apaga, uma obra inserida no universo de literatura fantástica, algo que geralmente deixo de lado, mas que até me conseguiu agradar, embora tenha encontrado demasiados momentos forçados ao longo da trama. O autor consegue mostrar o que poderá acontecer daqui a uns tempos com a evolução da tecnologia e a dependência humana sobre a mesma. Nesta história quem sobrevive com o chip que lhe transmite tudo o que é necessário para estar em sociedade não consegue funcionar perante uma falha tecnológica que leva a que de um momento para o outro a ligação seja desligada e a realidade passe assim para um patamar desconhecido e onde a aprendizagem de raiz terá de ser feita sem quaisquer bases sobre por onde começar. 

Através de Tom e Kate, as personagens centrais da narrativa, o leitor é levado pelo renascer das cinzas quando todos ficam offline. O caminho a seguir, a sobrevivência com uma filha para proteger de um universo que ao estar desligado se torna agressivo e ameaçador. A proteção familiar é essencial, mas será que tudo corre bem para o regresso ao que já não existia na vida presente onde tudo estava estável através de um feed sempre atualizado e de controlo pessoal e social? Bea, a filha do casal, desaparece e eis que a auto missão de Tom e Kate começa em busca do que é mais importante para ambos. E foi aqui que tudo se complicou enquanto leitor. 

Levado para a busca por Bea, fui convidado a olhar para um ambiente onde o caos existia. As ruas desertas, espaços vazios e virados do avesso, casas destruídas, armazéns arrombados, tudo num autêntico abandono e em destruição. Este é o modo como Nick Clark Windo tenta passar ao leitor a confusão instalada, só que as falhas são detetadas e é neste ponto que senti que faltou muito. Notei falta de entusiasmo para com a descrição espacial de como tudo ficou com o tempo. Seria muito importante apontar cada ponto que Tom e Kate estavam a viver, descrevendo os lugares e o que estava perante os seus olhos com uma maior perspicácia que não está presente. Percebemos que a certa altura as personagens estão num acampamento com poucas condições e onde o medo persiste mas e o resto? Onde existe comida para continuar a batalhar? Como fazem os seus afazeres diários que não os deixam desistir? É perfeito seguir em frente, mas não há que esquecer que existe pontos essenciais para que qualquer ser humano sobreviva e nesse campo a falha existe e as descrições mais aprofundadas seriam interessantes para que o leitor se pudesse aproximar destes dois seres com uma só missão. O modo criativo e imaginativo não está presente em Quando a Luz se Apaga e enquanto leitor gosto de viajar, olhar para cada linha e imaginar o universo que o autor criou para apresentar a quem está do outro lado. Precisava mais da história que é contada para melhor poder inserir as personagens nesta alteração do seu quotidiano, querendo ver a mudança acontecer e não simplesmente andado ao seu lado em busca do que é seu.

A ideia é boa e original perante o caminho que está a ser feito através da inovação mas os contornos com que tudo foi contado através desta falha na rede de união acabam por baralhar tanto que não consegui ficar rendido. A falta de descrições, o caminho cheio de questões que ficam em aberto ao longo de toda a narrativa e o final que deixa a desejar perante o que é prometido, levam-me a ver Quando a Luz se Apaga como um esboço de algo que podia ter corrido tão bem. 

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